Em fevereiro, a peregrinação ecumênica dos líderes cristãos mundiais pela paz no Sudão do Sul

Foto: U.S. Institute of Peace | Flickr CC

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07 Dezembro 2022

Depois de adiar sua viagem em julho deste ano, o Papa Francisco, o arcebispo Justin Welby e o moderador da Igreja da Escócia, Iain Greenshields, estarão juntos na África.

A reportagem é publicada por Riforma, 05-12-2022. A tradução é de Luisa Rabolini.

O Papa Francisco, o arcebispo anglicano de Canterbury Justin Welby, líder da Comunhão Anglicana mundial, e o pastor Iain Greenshields, moderador da Assembleia Geral da Igreja da Escócia, são esperados em Juba, a capital do Sudão do Sul, de 3 a 5 de fevereiro. Desta forma, eles compensarão a viagem adiada em julho deste ano devido a dores no joelho de Francisco.


Mapa da África, com destaque à República Democrática do Congo e ao Sudão do Sul

Fonte: Map Chart. Edição: IHU

A visita é considerada fundamental para impulsionar o processo de paz em curso e encorajar a população que deve enfrentar a violência e a fome.

“A população do Sudão do Sul acolhe favoravelmente a visita. Está entusiasmada e espera a visita dos três líderes", declarou o bispo anglicano Moses Deng Bol, de Wau. “Estamos muito felizes com essa demonstração de solidariedade da comunidade cristã global. Esperamos que reforce a implementação do acordo de paz revitalizado".

Em 2019, em um retiro no Vaticano, o papa beijou os pés dos líderes em guerra e os exortou a não voltar à guerra civil. “Aos líderes é constantemente lembrado o efeito daquele beijo. Eles sabem que não podem voltar à guerra justamente pela importância daquele gesto”, disse Bol.


Foto: Reprodução Twitter Antonio Spadaro

No Sudão do Sul, a maioria é cristã. Vivem lado a lado com seguidores de religiões tradicionais africanas e uma pequena população de muçulmanos.

Segundo o bispo, a união dos três líderes durante a visita reflete a vibrante unidade ecumênica das Igrejas do Sudão do Sul, sob o Conselho das Igrejas do Sudão do Sul. Além de prestar seu ministério às comunidades atingidas por conflitos e fornecer ajudas, as igrejas também estão reconciliando as populações e promovendo a paz.

Os líderes se reunirão em Juba em 4 de fevereiro com comunidades recentemente deslocadas por enchentes, carestia e violências contínua. Um serviço de oração ecumênico conjunto está previsto para 5 de fevereiro no Mausoléu de John Garang, o túmulo do falecido líder do Movimento de Libertação do Povo do Sudão.

Mapa com destaque para o Sudão e Sudão do Sul. (Foto: Reprodução | Riforma)

A população do Sudão do Sul venera Garang - que morreu em 30 de julho de 2005 em um acidente de helicóptero - como o pai fundador da nação. Os líderes também se encontrarão com pastores de igrejas locais e líderes cívicos.

O Sudão do Sul alcançou a independência em 2011, mas a guerra civil estourou apenas dois anos após a liberdade. Estima-se que 400.000 pessoas morreram no conflito. Embora um acordo de paz de 2018 tenha encerrado a maioria dos combates, as pessoas comuns ainda sofrem pela violência e pela fome.

O Papa Francisco disse ter pensado no Sudão do Sul e no pedido de paz que vem da sua população, cansada da violência e da pobreza, à espera de resultados concretos do processo de reconciliação nacional: “Gostaria de contribuir para esse processo, não sozinho, mas fazendo uma peregrinação ecumênica junto com dois caros irmãos…”, disse ele, de acordo com um comunicado do Dicastério para a Promoção da Unidade dos Cristãos em 1º de dezembro.

Welby disse que juntos eles compartilham um profundo desejo de ser solidários com o povo do Sudão do Sul, para rever e renovar os empenhos assumidos por seus líderes no Vaticano em 2019: “Rezamos para que o Espírito Santo esteja operante durante e depois esta visita, trazendo a paz prometida por Cristo".

De acordo com Greenshields, os líderes estarão em visita "como servos da Igreja global para acompanhar o povo do Sudão do Sul enquanto procura dar expressão às palavras de Jesus: 'Bem-aventurados os pacificadores porque serão chamados filhos de Deus'".

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